Em abril de 2004, como resultado dos trabalhos durante as oficinas, foram apresentadas diversas cenas, algumas escritas e encenadas pelos participantes da oficina de dramaturgia. Entre as cenas, uma era adaptação de trecho do texto romântico "Macário" de Alvares de Azevedo.
A coincidência - ou sintonia? - não poderia ser maior. Sem o saber, os então "oficinandos" travavam contato com um material que tinha marcado a pesquisa do Teatro de Narradores durante os anos de 2001 e 2002, que deu origem ao espetáculo "Fragmento Macário".
A poética romântica, a pergunta sobre o papel do romantismo no Brasil do século XIX, a figura da juventude e o modo como ela aparece não apenas nos textos, mas no retrato dos próprios poetas, como Alvares de Azevedo, morto jovem, e a sedução inevitável dos apelos de suas imagens, tudo isso confirmava o interesse sobre a matéria e o desejo de ir mais a fundo no trabalho com o texto de "Macário".
A poética romântica, a pergunta sobre o papel do romantismo no Brasil do século XIX, a figura da juventude e o modo como ela aparece não apenas nos textos, mas no retrato dos próprios poetas, como Alvares de Azevedo, morto jovem, e a sedução inevitável dos apelos de suas imagens, tudo isso confirmava o interesse sobre a matéria e o desejo de ir mais a fundo no trabalho com o texto de "Macário".
Após o fim do projeto "Circuito Leste", seguimos o Teatro de Narradores, que continua sua pesquisa, agora abrindo-se para um percurso pela cidade de São Paulo, acompanhando a formação e sedimentação de movimentos sociais e seus trajetos na cidade. Com esse projeto, o grupo consegue mais uma vez o patrocínio do Programa Municipal de Fomento, com um projeto intitulado "Odisséia Paulistana". Sediados no bairro do Bom Retiro, região central, com o apoio do Grêmio Politécnico da USP, que lhe cede um andar.
Reunião do teatro do Motim no Espaço da Casa do Politécnico de sua antiga Residência Estudantil, a Casa do Politécnico, o Teatro de Narradores decide continuar o trabalho com os núcleos formados durante sua estadia na Penha.
Assim, acompanhamos o grupo, e apresentamos a proposta de manter a pesquisa. Nesse momento, o texto de Alvares de Azevedo aparece como o ponto de partida para o estudo, quando decidimos estruturar de fato um grupo, dar os primeiros passos para uma pesquisa melhor definida, buscando uma afirmação de nosso trabalho como jovens atuantes na cidade.
Além desse trabalho com o Teatro de Narradores, alguns de nós participamos de encenações, na Casa de Cultura da Penha, de textos de Mário de Andrade, com orientação do ator e dançarino Wellington Duarte, que resultou no espetáculo Paulicéia Desvairada, que veio a integrar as comemorações dos 450 anos da Cidade, em atividades por escolas e CEUS.
Portanto, a relação entre o teatro e a literatura, e o papel da arte na vida da juventude, desenhando novas trajetórias na cidade são os motes que nos movem nessa tentativa de compreensão de nossa própria formação, de nossa experiência.
É assim que surge o TEATRO DO MOTIM, nome que confirma um impulso juvenil, mas que também define a força de insubordinação e liberdade que a arte nos concede...
É assim que surge o TEATRO DO MOTIM, nome que confirma um impulso juvenil, mas que também define a força de insubordinação e liberdade que a arte nos concede...